28/04/2008

BBZ no RioFan

O curta BBZ está participando do Festival de Cinema Fantástico carioca (http://www.riofan.com.br/) na mostra Underground Brasil.

O filme será exibido na Caixa Cultural 2, terça-feira, dia 06.05, às 20 horas. Na Caixa Cultural 1 o filme terá sessão sexta-feira, 09.05, às 14 horas.

26/04/2008

Insólita Máquina.



Este mês de abril, a Arquivo Morto figura a matéria de capa do site Insólita Máquina com o curta-metragem "Os Batedores". Confira no link abaixo:



O site de entertenimento dirigido por João Pedro Fleck e Cláudia Borba faz um apanhado mensal sobre cinema, literatura, música e quadrinhos.

Fique ligado.

24/04/2008

7ª Diária: Versão do Produtor - The Old Days, the Best Days

Entre o famoso Chalé da Praça XV e o Mercado Público, eis que o pessoal da Arquivo Morto resolveu mostrar como eram as coisas nos “bons e velhos tempos”, no curta-metragem Os Batedores.

Era umas 7 da manhã de um domingo quando começamos a isolar boa parte do largo Glênio Peres (com algumas fitas e postes comprados pelo Diretor, e uns cones conseguidos pela Cláudia Borba). O Chalé nos cederia um pedaço do seu tempo livre e um platô para que pudéssemos filmar na sua fachada, e o resto seria contar com a boa vontade do povo do Centro de Porto Alegre para colaborar e não burlar a contenção, que era mais de advertência do que efetiva. Não era tarefa fácil, mas se fosse fácil, não teria graça, certo?
Os atores, equipe e figurantes começaram a chegar e começamos a função de produção: figurino (sempre em dia e organizado pela Juliana Robin), maquiagem (Lisi Caldini fazendo todo mundo ficar bonito), marcação de planos com Filipe Ferreira, Márcio Cardoso, Marcelo Lima e Franck Rebello (este último em seu primeiro dia de “Batedor”), e Cíntia Langie tentando colocar lentes de contato no ator mirim Lucca Faccioli Lutzky, que faria o papel do Jovem Raul e precisava ter os olhos similares à sua versão “adulta”. Perambulando, Cristian Verardi assumia oficialmente a captação de imagens para o Making Of. Julia Jones clicava.
Tudo pronto e vamos à cena que mostrava certa parte da infância de Raul (Lucca Lutzky), que era treinado por um jovem e magro Odilon (Eduardo Steinmetz) para ser um exímio batedor de carteiras. Para o deleite da galera, uma versão masculina do perigoso Marcião (Lucimar Luis Reolon) dava o ar de sua graça e, de quebra, barbarizava uma dama de vermelho (Steffi Schmang) que passava em sua frente na rua. Curioso foi a forma como angariamos a moça para fazer a figuração, ou melhor, como Jack Gerchmann a abordou no meio da Redenção (sem nunca tê-la visto) e a convidou para figurar no nosso curta. É, vida de produtor de elenco não é moleza. O fato é que este elenco dos Velhos Tempos foi escolhido a dedo e se encaixaram como uma luva em suas versões atuais. Além de parecidos com os atores das versões “mais velhas”, os três atores são muito talentosos, e isso se evidencia nesta cena, uma vez que não há áudio ou diálogos para mascarar qualquer coisa: toda a intenção é mostrada em suas feições.
Além disso, a continuação da cena contou com muitas presenças bacanas de figuração. Algumas bem conhecidas da trupe: Maurício Gyboski se espantava ao ver seu amigo apanhando de Odilon. Rose Borges, a primeira-dama do curta, se espantava ao ver um desafortunado apanhando de Odilon. Édnei Pedroso (este que vos escreve) era o pobre coitado que apanhava de Odilon. Na verdade, eu andava tranquilamente pela rua quando o moleque Raul tentava afanar minha carteira. Claro que eu era muito mais esperto que ele, logo, o peguei na tapinha. O problema é que o Odilon tava por lá e salvou a parada do guri, me usando como saco de pancadas...
Salvo alguns desavisados que insistiam em passar pela faixa de proteção e alguns FDP que, mesmo avisados, gostavam de aparecer, o saldo foi muito positivo. Embora fosse uma cena de época, na verdade, era uma passagem sem data definida: nossa idéia era de que os bons e velhos tempos são atemporais (ou seja, para mim, os bons tempos eram os anos 80, para ti, os anos 50, e assim por diante), desta forma, não era difícil encontrar referências de várias décadas na cena, tanto no figurino dos passantes (vestidos, chapéus, gravatas borboletas, cortes channel, etc), quanto na locação (cartazes de filmes antigos, pesquisados pela Fernanda Jorge, ou o próprio Chalé da Praça XV, que mantém sua fachada clássica) e na caracterização dos personagens principais (Odilon nos Anos 50, Marcião nos 70, Raul nos Anos 30, e por aí vai...). Para coroar este feliz pot-pourri, “O Homem” (Jack Gerchmann) chega em um poderoso Galaxy, ao lado de seu fiel escudeiro Arauto (Cláudio Benevenga), para sacramentar o inicio de seu império. Era o fim dos Velhos Tempos.
No fim das filmagens, lá pelas 14hs, os que não correram para outros compromissos foram ao prédio da Cláudia para almoçar por conta da Pizza Hut, que nos apoiou com alimentação nesta e em mais duas diárias. Os mais heróicos esticaram para um bar e, depois, prestigiaram o Eduardo Steinmetz em uma peça de seu grupo de teatro-musical, Lipstick Station, na Usina do Gasômetro. Bacana.

Foi uma filmagem relativamente tranquila. Teve percalços, mas foi objetivo. Nem por isso o resultado foi menos que ótimo. As fotos dão uma palhinha do que há por vir...

Próxima parada: Escritório do Homem.

23/04/2008

30 Mil na Mão - Versão do Diretor


Algumas diárias se passaram ao longo deste vazio cinematográfico ocupado por coisas mais rentáveis ou urgentes. Menos diárias do que gostaríamos todos mas o suficiente para chegarmos aqui, na penúltima e epopéica diária, com aquele brilho lúdico nos olhos – aquele brilho que começou em novembro passado.



Neste último domingo os Batedores estiveram reunidos no palácio do vice-governador do Estado para passar a limpo a cena final da jornada de Raul. É a cena tecnicamente mais apurada e isso se refletiu drasticamente nas 3 horas de produção de set. Como um plus, ainda havia um flashback para ser degustado de sobremesa.


A cena se compõe de 3 momentos: Raul entra, Raul leva mijada, Raul foge. A primeira e última parte tinham traquitanas envolvidas, a do meio, uma prótese facial criada pelo Ricardo Ghiorzi que transformou o Jack Gerchmann em algo que algum dia dourado foi Jack Gerchmann. Como não contávamos com o fator suor, a perfeição da máscara era uma questão de tempo. Tivemos de inverter a ordem dos takes para aproveitar os melhores momentos da máscara e muitos atores acabaram entrando em campo só aos 45 do segundo tempo. Um deles foi o Marco Soriano Jr. (pelo menos no ângulo de suas falas) que rodopiou pelos aposentos do vice em seu tradicional aquecimento-acasalamento e na hora H acusou estar “frio”. São ossos do orifício - lhe foi explicado. De resto não tivemos contratempos técnicos pois a luz setada pelo diretor de foto Marcio Cardoso, assessorado por Franck Rebello – nova aquisição da equipe - se ajustava para qualquer ângulo em que enfiassemos a câmera. Exceto a silueta final, claro, mas isso é um aparte.



Enquanto isso o Homem comia papinha (desenvolvida pelo Marcelo Lima e com a prova régia de Filipe Konig a.k.a. Babys) servida pelo indefectível Arauto (Cláudio Benevenga – sem óculos escuros!). De bandeja, o Homem ganhou uma namorada (a Dani, que além de atriz é diretora de cena e que depois eu descubro o sobrenome dela), um segurança e dois enfermeiros (reais – caso a máscara ou a papa fizessem mal ao Jack). Um swap curioso na equipe é que os stills foram batidos pela Lisi Caldini – que claro, também se juntou ao Ghiorzi na maquiagem. Ainda nos bastidores estavam o Henrique Zandoná, ora de stand-in, ora na estiva, ora no stand-in. A Pomba andou fazendo milagres de novo, conseguindo uma camisa branca sei lá de onde de última hora. Tudo documentado de maneira exata pela câmera reveladora e bombástica de Christian Verardi.



A arte estava representada pela Fernanda Jorge, Juliana Robin (que teve que desenvolver figurino com a gravação em andamento - kkk), Cris Bastos, Gabi Ferreti, Duca Queiroz (retornando após um período fora). Tive o prazer de contar também com nossa nova assistente de produção – que fez umas quinhentas viagens de transporte ao longo da diária, forneceu carros e armas para a produção e fez até ponta – ninguém menos que minha amada Rose.


No intervalo nossos estômagos estiveram cobertos pela Pizza Hut, último por enquanto, trunfo do Édnei Pedroso que como businessman ocupado conseguiu atender às gravações só a partir das oito da noite (embora com lágrimas nos olhos). Reclamou para mim de coisas que estavam fora do roteiro – como de praxe e depois se divertiu com a encarnação do Homem-Saco, super-vilão desenvolvido pelo Cláudio Benevenga para o flashback final. Todos devidamente saciados de cinema e cansados da batalha matamos o último take pouco antes da meia-noite. Tenho orgulho em olhar o material bruto agora e dizer que demos o melhor de nós pois – desculpem o linguajar – ficou fodástico.